01º Domingo do Tempo do Advento – Ano C

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Jr 33,14-16 • Sl 24(25) • 1Ts 3,12–4,2 • Lc 21,25-28.34-36

 

O fim do mundo
O fim do mundo acontecerá, isto é uma afirmação bíblica. O fim não
será a volta ao nada pela destruição, mas o começo de uma vida nova.
Não se trata de destruição, porque tudo o que deveria ter sido destruído
foi destruído: tudo se resume na destruição do pecado e da morte. Mas a
humanidade vai tomar posse de tudo o que a misericórdia de Deus
construiu para a salvação.
O dia e a hora do fim dos tempos é curiosidade que Jesus não quer
satisfazer, porque isso não coopera em nada com o Reino.
A glória de Jesus não é humilhar o homem, mas sim elevá-lo acima de
todas as criaturas (cf. Gl 6,15; Tg 1,18).
O que significa a palavra “fim”? Significa que o período de tempo
destinado à construção do Reino de Deus aqui na terra foi suficiente. O
critério para se julgar se o tempo foi suficiente não é a velha conversa de
que o mundo chegou a tal ponto de degradação e maldade que Deus não
suporta mais. Não! Tal clima de extrema violência e morte não é o
ambiente para o Filho de Deus voltar ao mundo na segunda vinda. O
critério de que o mundo está maduro para o fim é o fato de a humanidade
ter progredido tanto no amor fraterno que o clima está criado para o novo
céu e a nova terra. O ambiente para a ação de Deus é sempre e só o do
amor (cf. Rm 8,17; 9,23).
O julgamento do mundo e de cada pessoa será assim: cada qual julga o
seu próprio modo de ser e de agir – discernimento – de acordo com os
mandamentos do Reino.
Nós não podemos deixar-nos impressionar pelos acontecimentos de
um mundo corrompido que abafe os sinais do mundo novo de Deus.
Nosso olhar precisa ser treinado para distinguir entre os sinais do bem e o
que for nefasto para a humanidade.
Qual é o mundo que vai terminar? O fim do mundo não será a
destruição de tudo o que existe até agora. O tipo de mundo que vai ter
fim é o mundo da injustiça, da falta de solidariedade, o mundo opressor
dos pobres e excludente dos miseráveis. Esse tipo de mundo acabará paraque Deus possa iniciar o mundo novo da paz garantida pela justiça, da
solidariedade baseada na fraternidade, do novo relacionamento humano
vivido no amor.
Como será o processo do fim? Não se trata de destruição, mas de
substituição. O mundo velho será substituído pelo novo. O “velho” é o
mundo reacionário ao amor de Deus. Quando Jesus disse que seu reino
não seria deste mundo, ele se referia ao mundo do desamor. O mundo
“novo” será o mundo estruturado no amor de Deus. É desse tipo de
mundo que Jesus será o Rei (cf. Is 25,8).
O alvoroço cósmico no céu, no mar, na natureza toda simboliza que o
cosmos se põe em reverência perante o novo de Deus. O próprio cosmos
reconhecerá o novo céu e a nova terra.
De maneira que é possível continuarmos vivendo neste nosso mundo,
só que purificado da maldade e reconstruído no amor. Porque não é
possível que Deus haja criado o mundo maravilhoso que existe, para um
dia destruí-lo. Porque o nosso mundo foi criado por Deus em condições
de ser a “casa comum” da humanidade comprometida com o projeto do
Reino de Deus. O mundo não saiu mau da mão do Criador nem para
levar ao mal. Pelo contrário, o sonho de Deus foi sempre de um mundo
de convivência harmoniosa habitado pelo Povo de Deus.

 

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