1ª Semana Comum | Segunda-feira 1Sm 1,1-8 | Sl 115(116) | Mc 1,14-20

 

 

1Sm 1,1-8 | Sl 115(116) | Mc 1,14-20


A primeira leitura de hoje, início da primeira semana do Tempo Comum, traz também um texto do início do primeiro livro de Samuel. Um texto que revela a necessidade de amor ao próximo, mostrando que nossa missão começa dentro de casa. Sem ter em conta a situação de bigamia vivida por Elcana, talvez comum na época, mostra a humilhação sofrida por Ana, uma de suas mulheres, por não ter
gerado filhos. Naquele tempo, quem não gerava filhos era uma pessoa malvista. Além disso, era vítima de preconceito e de um procedimento muito comum hoje, conhecido por bullying. A humilhação vinha, sobretudo, da outra esposa, Fenena, a que tinha dois filhos. Toda a dor sofrida por Ana revela que devemos ser complacentes com nossos semelhantes, mesmo que estes não vivam como vivemos, ou não sejam como somos. São muitas as situações de sofrimento que ainda hoje acontecem dentro de
nossas famílias, nas escolas, no trabalho, na rua e na sociedade em geral, por puro preconceito. Poderíamos lembrar aqui uma lista de situações que são, hoje, passíveis de discriminação e preconceito. Todas são causadas por ignorância e por falta de compaixão. Cabe a cada um de nós saber respeitar o nosso próximo, ndependentemente da sua classe social, raça ou condição sexual. Ser cristão, discípulo-missionário de Jesus Cristo é viver esse respeito humano, que começa dentro de nossos lares e se estende por outros espaços da sociedade. Se nós queremos seguir Jesus, precisamos conformar nossa vida aos seus ensinamentos. O evangelho de hoje, o primeiro do tempo comum, traz o tema da prontidão em seguir Jesus e lutar contra as forças da morte. A prisão de João foi um indicativo de que o tempo havia se completado. Chegou a hora de Jesus entrar em ação e mostrar a que veio. Ele inicia sua missão na Galileia e ela, a sua missão, consiste em pregar o Evangelho de Deus e anunciar a aproximação do seu Reino. Para isso, era preciso que houvesse conversão e crença nas suas Palavras, o portador da voz de Deus. Estamos diante do primeiro grande desafio de Jesus: fazer com que acreditem que a sua voz é a voz de Deus. No entanto, ele precisará de pessoas que o auxiliem. Sozinho ele não
poderia fazer muita coisa. De início ele nos ensina a agir em comunidade, a contar com a ajuda de outros. Vemos, aqui, o convite que Jesus faz aos primeiros discípulos, para que o sigam. Os dois irmãos, Simão e André, pescadores, são convidados a experimentar uma nova modalidade de pescaria, agora de gente. Eles não pensam duas vezes. Imediatamente deixaram as redes e o seguiram. O mesmo faz Tiago e João, os filhos de Zebedeu. Deixaram seu pai e os empregados na barca e partiram junto com Jesus em outra barca. Tudo parece muito simples visto a partir de uma narrativa resumida como esta, mas as coisas não são bem assim. A decisão de seguir, de deixar tudo e acompanhar Jesus exige de cada um de nós desprendimento e, sobretudo, conversão. Outro grande desafio de Jesus foi encontrar discípulos fiéis, que fossem com ele até as últimas consequências. Que não o negasse nem o traísse. Hoje não é diferente. Muitos se dizem cristãos, querem segui-lo, porém, quando as coisas ficam difíceis, preferem voltar para os seus “barcos”, para o seu mundo. Isso quando não o traem,
negam-no e o vendem por tão pouco. Mas esta é uma situação que veremos num outro tempo litúrgico, a Quaresma. É um pouco essa a proposta da liturgia deste primeiro dia do tempo comum, quando entramos com Jesus na sua missão. Ele quer que tenhamos certeza de que é o Filho de Deus e que sua voz é a voz de Deus. Aceitar o convite que ele nos faz para o seguimento e deixar o barco do nosso comodismo, das nossas supostas seguranças, segui-lo, prontamente, é a proposta de hoje. Não será uma missão fácil, mas ele não nos abandonará. Veremos isso diversas vezes durante estas trinta e quatro semanas. É hora, portanto, de ouvir a sua voz, que nos convoca a entrar no seu barco sem medo das tempestades que virão. Deixar tudo e segui-lo. Estamos dispostos a isso?

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