Reflexão do Sábado depois da Epifania 1Jo 5,14-21 | Sl 149 | Jo 3,22-30


 A liturgia deste último dia da semana da Epifania nos convida a refletir sobre a confiança em Deus e nos prepara para assumir a missão recebida no batismo. A primeira leitura fala da confiança em Deus, presente na pessoa do seu Filho Jesus. Ter confiança é pedir e acreditar que, na hora certa, no tempo de Deus, se for da vontade dele, ele nos atenderá. Ser atendido por Deus é o desejo de todos. Porém, nem sempre nossos pedidos condizem com a sua vontade. Ao longo da nossa vida, nem sempre deixamos que a vontade de Deus fosse realizada. Quando rezamos o Pai-nosso e dizemos “seja feita a vossa vontade”, nem sempre nos damos conta de que essa expressão é um gesto de confiança em Deus, conforme diz João nesta leitura de hoje. Confiar significa deixar que a vontade de Deus seja feita na nossa vida. Se pedirmos e não formos atendidos é porque o nosso pedido não é da vontade de Deus.
Outro elemento importante de encorajamento e fé que esta primeira leitura nos traz é sobre a misericórdia de Deus. Quando erramos e reconhecemos nosso erro, pedindo perdão a Deus, se esse erro ou pecado não for mortal, ele nos perdoa. Assim, estreitamos os nossos laços com Deus. São João diz ainda nesta primeira leitura que quem é de Deus procura fazer as coisas de Deus. Fazer as coisas de Deus é agir com inteligência, discernindo entre o bem e o mal, o certo e o errado, as coisas que são de Deus e as que são do maligno. Quando levamos uma vida conforme seus ensinamentos, torna-se bem mais fácil fazer escolhas porque sabemos onde está a verdade. A verdade é Jesus, o resto são ídolos, diz São João. Não devemos colocar nada no lugar de Jesus, para que esteja sempre conosco, nos protegendo e apontando o caminho certo. O evangelho de hoje, na véspera da liturgia do batismo do Senhor e encerramento do ciclo do natal, fala exatamente do batismo e do compromisso que nele assumimos. Neste texto, João Batista e Jesus estão batizando. Porém, em nenhum momento o batismo de João compete ou se opõe ao de Jesus. Ao contrário, é uma espécie de preparação, como foi toda a ação de João antes da chegada de Jesus. João reconhece que o batismo de Jesus vem do céu, de Deus e que ele, João, é apenas um enviado de Jesus, um servo. Agora, é Jesus e o seu batismo que têm de aparecer. João, numa atitude de extrema humildade diz: “É necessário que ele cresça e eu diminua”. Que bela lição ele nos deu com essa expressão. Em nossa ação missionária, no exercício de nosso batismo, devemos deixar que ele, Jesus, apareça. O bom missionário é aquele que se apequena para que a obra de Deus cresça. É um grande ensinamento para iniciarmos o ano e o Tempo Comum, tempo de exercitar tudo que vimos e ouvimos durante todo o ciclo do Natal. Que sejamos autênticos discípulos e
missionários e não façamos as coisas para aparecer, mas para a glória de Deus, do seu Reino e do próximo.

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