Reflexão Terça-Feira 2º semana do Advento ano C Is 40,1-11 | Sl 95(96) | Mt 18,12-14

 


Hoje, a liturgia da Palavra nos mostra esse tempo novo que se aproxima, o tempo da vinda de um Deus que ama incondicionalmente a todos, especialmente os mais necessitados, como, por exemplo, os que se desviam do caminho, os que adoecem ou sofrem qualquer tipo de privação. Esses são amados por Deus. O Senhor não mede esforços para encontrá-los, a exemplo do Pastor que busca a ovelha que se perdeu do
rebanho.

Como ovelhas do Bom Pastor nos preparamos para um tempo novo. Um tempo que pede que cada um de nós seja, ao mesmo tempo, ovelha e pastor. Ovelha no sentido de nos deixarmos guiar pelo Pastor dos pastores, Jesus, e pastor no sentido de cuidar daqueles que necessitam dos nossos cuidados. Para que esse tempo novo aconteça e essa vinda tão esperada do Senhor seja, de fato, realidade, é preciso que tenhamos alguns procedimentos que mostrem a nossa espera ativa. É preciso preparar os caminhos do Senhor. Preparar sua chegada. 

Essa preparação não consiste em simplesmente montar a árvore de natal ou o presépio. Consiste em se empenhar para eliminar todos os obstáculos, tudo o que possa impedir que esse tempo novo aconteça. O profeta Isaías, numa linguagem figurada, diz que é preciso “aplainar na solidão a estrada do Senhor”. Nem sempre vamos encontrar adeptos, pessoas que topam enfrentar os desafios, os desertos desse processo, mas nem por isso temos de desistir. Diz também que é preciso nivelar todos os vales, rebaixar os montes e colinas, ou seja, enquanto houver disparidades, desigualdades, assimetrias entre as pessoas, esse tempo novo estará longe de ser uma realidade. Os grandes abismos que separam ricos e pobres precisam ser diminuídos, se quisermos um mundo de justiça e paz. Os que estão no topo da pirâmide social precisam descer para que outros possam subir um pouco na escala social, a fim de diminuir as desigualdades, que fazem com que poucas pessoas tenham tanto, e muitaspessoas tenham pouco.

Isaías diz ainda na sua profecia que é preciso endireitar o que é torto e alisar as asperezas. Há tantos procedimentos incorretos, tantas corrupções que precisam ser reparadas que fica difícil falar de um mundo sem servidão, quando ainda há tantos desmandos e desvios entre os que têm algum tipo de poder. Endireitar tudo aquilo que está torto consiste, portanto, em primar pela ética, pela moral e os bons costumes. Para que tudo isso ocorra, precisa-se de vozes que gritem neste deserto, precisa-se de gente que não se cale. É preciso tomar consciência da brevidade da nossa vida e não perder tempo na busca de qualidade de vida para todos. É preciso não temer, resgatar a dimensão profética recebida no batismo e denunciar para anunciar. Denunciar as injustiças e anunciar o tempo novo. Que neste tempo do advento cada um se sinta amparado pelo Bom Pastor e não tenha medo dos lobos que estão à espreita, aguardando a ocasião de atacar.

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