Reflexão Liturgia Segunda-feira 2ºSemana do Advento C Is 35,1-10 | Sl 84(85) | Lc 5,17-26

 

 


A liturgia da Palavra de hoje nos apresenta coisas maravilhosas: mãos e joelhos que eram enfraquecidos ficam fortes; pessoas deprimidas ganham ânimo e coragem; cegos enxergam e surdos começam a ouvir; aleijado caminha sem nenhuma dificuldade; mudos falam e águas brotam nos lugares desertos e ressequidos; terra árida se transforma em lago; plantas crescem em lugares antes desertos, e tantas outras coisas maravilhosas, porém inenarráveis. Todas estas maravilhas são anunciadas por Isaías neste tempo novo que vem chegando. Que tempo é esse tão espetacular, que Isaías anuncia? É o tempo de preparação para a vinda do Senhor. Deus, muito em breve, se fará um de nós e virá habitar entre nós. Porém, mesmo sendo um tempo de expectativas e esperanças, não deve ser um tempo de passividade ou de cruzar os braços esperando esse dia grandioso, vindo num passe de mágica. Mas sim o contrário. É tempo de preparar essa chegada, com a qual todas
estas coisas maravilhosas anunciadas irão acontecer. Por essa razão o advento é tempo de preparação. É o que nos mostra o evangelho de hoje. Mateus apresenta Jesus ensinando. O ensinamento de Jesus consiste exatamente neste aspecto da preparação: não se acomodar diante da realidade, não desanimar frente às dores e sofrimentos, às enfermidades, às calamidades, às injustiças. Tudo isso terá um fim se houver comprometimento de todos para erradicá-las. Não são poucas as dores, os sofrimentos que cercam Jesus, como não são poucos os sofrimentos que nos cercam hoje.

O que fazer diante de tudo isso? Como anunciar um novo tempo, onde tudo isso terá um fim, quando as coisas parecem que não têm mais jeito, quando há tantos pessimistas, conformados, acomodados ou que tiram vantagens da miséria e da dor alheia? Não era diferente no tempo de Jesus. O que ele propõe? A fé, a esperança, a solidariedade. É o que vemos neste grupo de homens que chegam até Jesus, com tanta dificuldade, a ponto de abrir um vão no telhado para poder chegar até ele com um paralítico. Uma pessoa paralisada é colocada diante da assembleia e de Jesus. É isso que precisa ser feito. Ao expor o paralítico diante de Jesus e da assembleia, eles
expuseram não apenas uma pessoa paralisada, o problema da paralisia daquele povo que nada fazia diante de tantas injustiças. O sistema político, econômico e religioso da época era o causador da paralisia das pessoas, principalmente dos pobres e marginalizados. Jesus rompe com esse sistema e provoca escândalo. Quem se escandaliza são exatamente aqueles que não queriam que as pessoas andassem com as próprias pernas, que não ouvissem ou que não falassem, enfim, que ficassem totalmente dependentes de uma elite dominante. Quando Jesus mostra que é possível outra forma de ver o mundo e de viver sem dependências, ele provoca espanto. Mesmo assim, Jesus propõe um tempo novo, com tantas maravilhas, resultado da libertação das pessoas e das situações. Mas isso só será possível quando todos forem comprometidos com a erradicação das causas do sofrimento e da miséria. Que o exemplo de fé daqueles homens do evangelho, que,
sem medir seus esforços, fizerem com que o paralitico chegasse até Jesus, ilumine nossas mentes para sermos também criativos na busca para a solução dos problemas atuais que continuam a paralisar boa parte das pessoas, pois só assim poderemos cantar como pede o salmo: “Eis que vem o nosso Deus! Ele vem para salvar”.

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