Reflexão Quinta-feira depois da Epifania -1Jo 4,19–5,4 | Sl 71(72) | Lc 4,14-22


 Nesta semana da Epifania, a liturgia continua insistindo para que percebamos os sinais da manifestação de Deus mediante dois elementos fundamentais: o amor a Deus e ao próximo e a ação libertadora de Jesus no mundo, como modelo a ser seguido. A primeira leitura desta semana é extraída da primeira Carta de são João. Nela, o autor insiste no amor como algo fundamental, essencial para estarmos em sintonia com Deus. O amor humano entrelaçado ao amor divino. Ele não desassocia o amor a Deus do amor ao próximo. Pelo contrário, mostra com muita ênfase que quem não ama o próximo não pode amar a Deus. Portanto, a medida para saber se amamos verdadeiramente a Deus é o amor que dedicamos ao nosso próximo, principalmente os mais necessitados, que são os excluídos e marginalizados, como vemos no evangelho de hoje. Diz São João: “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas, entretanto, odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (v. 20). Não há dúvida, portanto, que Deus se manifesta no amor ao próximo. Cada gesto de amor aos nossos semelhantes é um ato de manifestação de Deus, como ocorreu no encontro entre Maria e a prima Isabel. Tão logo a saudação de Maria chegou aos ouvidos de Isabel, ela ficou cheia do Espírito Santo e a criança estremeceu no seu ventre, numa manifestação de reconhecimento de Jesus no ventre de Maria. Esse foi um encontro solidário entre essas duas mulheres que revelou Deus. Ele continua a se manifestar em encontros solidários, em gestos como esse ocorrido entre Maria e Isabel e em gestos como os de Jesus, no evangelho de hoje. Vemos neste texto que Jesus volta para a Galileia e sua fama se espalha. A fama de Jesus consistia nas coisas que ele fazia e ensinava as pessoas a fazerem, como tivemos oportunidade de ver na multiplicação dos pães, na sua sequência e consequências. No texto de hoje, ele diz a que veio. Usando um trecho do livro do profeta Isaías, apresenta o seu programa de vida e missão: anunciar a boa notícia aos pobres; proclamar a libertação dos cativos; a recuperação da vista aos cegos; a libertação dos oprimidos; a proclamação de um ano da graça do Senhor. São anúncios libertadores que favorecem a todos, mas principalmente os que mais sofrem, que são os pobres, os cativos, os cegos e os oprimidos. Fazer com que alguém se livre dos seus sofrimentos ou diminuir a sua dor, promover a libertação e a recuperação da dignidade humana são gestos de amor. Só quem verdadeiramente ama é capaz de promover bens dessa natureza. São gestos que revelam Deus, porque são gestos resultados do amor.Assim sendo, o apelo da liturgia de hoje é para que mostremos o quanto amamos a Deus, amando nossos irmãos. Só irá mostrar que ama aquele que doar pelo menos um pouco do seu tempo e da sua vida para promover a vida de outros, principalmente daqueles que estão em situações como as supracitadas.

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